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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MARIA EUGÊNIA CORRÊA LIMA

( Brasil- Pernambuco )

 

Nasceu em Recife, Pernambuco, em 06 de maio de 1039.
Aos 19 anos viaja para o Rio de Janeiro, onde, com bolsa de estudos da Fundação Getúlio Vargas, faz o claro se Administração Pública.
Segue depois para a França, com bolsa oferecida pelo governo francês, para estagiar, durante um ano, em diversos órgãos públicos daquele país.  Morou, a seguir, no Chile, na Argentina, e na Inglaterra, tendo fixado residência em Brasília.

Bacharel em Direito pela Universidade Católica de PE - UNICAP,
Fotógrafa , artesã e designer autodidata, possui conhecimento em diversas técnicas das artes plásticas e das artes gráficas e na gestão em empreendimentos criativos e economia solidária. Atualmente [2022], é produtora da Educação à distância da Secretaria de Educação de Pernambuco, Consultora em Designer para artesanato nos Municípios de Buique e Salgueiro pela Secretaria da Mulher de PE, trabalha com Fotografia, Producão e Assessoria Jurídica na Produtora Colabor@tiva.PE UFPE.
 

 

LIMA, Maria Eugênia Corrêa.   Dia a dia.   Recife, PE ?? , Edições Porta de Livraria,    Série Poesia 20.   1978     
Ex. bib. Antonio Miranda




RECIFE

Recife é moreno
cor de azeitona.
Boa Viagem, sim,
às vezes é loura
como os antepassados.

Recife de sombras,
sobrados,
às vezes tem Aurora,
às vezes Soledade.

Recife,
Água de coco,
voz arrastada,
sorvete de manga,
canjica,
bolo de rolo,
milho assado.

Recife é doce
açucarado.

 

 

       COMUNICAÇÃO

 

       O olhar sensível
feriu mais
que a palavra terrível.


INATIVIDADE

Busquei paz,
asneira,
encontrei a pasmaceira.


      ROTINA

Em círculos
o dia escorreu, se fechou,
vento árido da monotonia veio,
morno de tapete.

Os quadros estavam lá
opacos
por muito olhados
e as palavras, secas como palha,
se quebravam
contra a tela da televisão,
ploc!
estalando boca afora

Nosso olhar se cruzou
sem ruído
no espaço esmaecido,
o meu chocou-se com o jornal
o teu 
contra o telejornalismo

Cocei o pé,
me espichei para conforto,
você se entregou ao sofá
como morto.

       Horas depois, ou anos,
já nem sei!
desliguei o interruptor
e fomos embora.


IPANEMA

Ao sol de Ipanema, prédios,
portarias,
porteiros,
em uniforme de corte
duvidoso,
o salto duro do sapato
envernizado, os pés
desengonçados.

No elevador, a dor
se eleva, leva
estranhos reunidos,
cada qual
a uma célula
se dirige.
Portas e janelas,
mas sem grades, ao vácuo
que os liga com a tarde.

Do vão se escuta
o moer contínuo
da televisão,
e o retinir de pratos
em digestão.

Ipanema,
imagens,
mensagens,
paisagem,
aragem?

 


 

 

 
 
 
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